Estudos: descubra o melhor método de todos!

Quando minha querida irmã ainda morava no Brasil eu costumava levá-la para as aulas particulares de violoncelo. Como as aulas eram distantes da nossa casa, não valia a pena eu voltar para ir então buscá-la depois. Resultado: eu ficava ali mesmo, na casa da professora dela, em alguma cadeira ou poltrona, ouvindo a aula e esperando terminar. Levava sempre um livro para ler e o tempo passava rápido. E se você está pensando que eu ainda tinha o prazer de ficar lendo ao som de cellos, vou lhe contar um segredo: isso era raro! Muitas vezes as boas aulas de alguns instrumentos vão parecer mais uma aula de fisioterapia do que uma aula de música. É claro que eu adorava ouvir minha irmã tocar, mas muitas vezes o que eu ouvia eram comentários sobre a postura da coluna, a posição do pulso, a mão esquerda, a mão direita, o ombro, a respiração... Era para mim um sutil aprendizado: observar ali que as dificuldades que julgamos a distância, enquanto ouvintes, muitas vezes não são as dificuldades reais de quem realmente está encarando o trabalho.

Mas em um determinado dia tive mais sorte. Chegamos à casa da professora e outros alunos e alunas estavam lá. Era dia de um ensaio em conjunto. Aí sim pude me sentir um grande privilegiado. Afinal eu era o único ouvinte daquela grande orquestra particular. Tive ainda uma surpresa. Além da honra de apreciar tantos músicos talentosos, presenciei o seguinte diálogo.

Cada aluno ali hvia se iniciado na música e no instrumento em uma escola diferente. Cada um havia tido um primeiro professor diferente e tinha seus costumes, peculiaridades e métodos distintos. Quem é músico sabe: existem inúmeros métodos distintos para aprender divisão musical, solfejo, e mesmo guias diferentes de estudo para um mesmo instrumento. Lembro de alguns nomes que eu ouvia bastante: Pozzoli, Bona... O mesmo ocorre em virtualmente qualquer outra área de estudo, esteja você aprendendo a pintar ou estudando física quântica ou aprendendo a pilotar um avião. E então uma aluna perguntou:

- Professora, afinal de contas... Qual é o melhor método?

Todos ficarm ansiosos. Afinal, finalmente iriam descobrir quem é que estava estudando com o melhor método e quem é que estava perdendo tempo com métodos ruins. A resposta, contudo, surpreendeu:

- Cada método tem um ponto forte e um ponto fraco. O melhor método de todos, contudo, é ter UM método. É terminar o método que você começou, qualquer que seja. E então, só então, prossiga para outro... Uma vez que você se propõe a um desafio, encare-o até o fim para ter certeza de que tirou as lições que ele tinha a oferecer. Não existe método pior do que ficar mudando de método o tempo todo... Abrace seu método até o fim!

É isso, caros leitores... Não sei o que você está estudando ou em que está se preparando, mas acredito que o conselho sirva: abrace seu método até o fim!

Bons estudos.