Formação do Professor: Qual a essência do ser professor?
Por: Elaine A.
26 de Janeiro de 2017

Formação do Professor: Qual a essência do ser professor?

Pedagogia

 

Qual a essência do ser professor?

“Neste sentido, o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma “cantiga de ninar”. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”(FREIRE, 2013, p. 84).

Desde quando iniciei minha graduação em Licenciatura à Pedagogia meus interesses sempre se voltaram para os pensamentos de Paulo Freire, Rubem Alves e José Pacheco. São pensadores que de uma forma simples e verdadeira retratam o que sempre me questionei durante minha vida escolar e acadêmica sobre como aprender e como ensinar e o educar de maneira natural e significativa.  Aprender precisa ser algo chato, enfadonho, ameaçador, etc.? Enfim, nunca consegui aprender algo que não me cativasse. Então, a pergunta era: Por que mesmo sendo uma aluna que só tirava 10 não conseguia se lembrar das coisas aprendidas no ano anterior quando tentava lembrar? E, por que mesmo concluído o ensino médio com um bom histórico não me sentia pronta para enfrentar a universidade?

E hoje, estando a poucos passos de minha formação, a pergunta que trago comigo é: Quais são os saberes necessários para uma prática educativa significativa e eficaz?  Acredito que grande parte desses saberes que me serão necessários, só os aprenderei com a vivência da docência e o meu dia a dia de estudos. No entanto, temos muitos exemplos e históricos de pessoas que já trilharam esses caminhos e lograram suas experiências e meu dever é aprender o máximo que puder enquanto ainda estou me construindo como educadora.

Entrelaçando meus objetivos acadêmicos e de vida com os fundamentos teóricos, decido por ter como embasamento teórico deste portifólio de estágio o livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire e o livro Dicionário de Valores de José Pacheco.  Freire aponta vinte e nove saberes necessários para a prática docente e Pacheco elege vinte e três valores que não devem faltar na vida e prática de um educador.  De forma emocionada, verdadeira e confiante o professor Pacheco afirma que:

“Bem cedo, compreendemos que, se reelaborássemos a nossa cultura pessoal e profissional, também estaria em nós a solução, porque um professor não ensina aquilo que diz; o professor transmite aquilo que é” (PACHECO, 2012, p. 11).

Pacheco é um educador que foi contra todos os princípios e as verdades absolutas colocadas pela escola tradicional de como deveria ser o ato de educar dentro das escolas e acreditando que escola são as pessoas e não conteúdos e normas tornou-se o líder de uma escola diferente, como muitos a intitulam, a Escola da Ponte. Para ele o maior valor de um educador é saber ser, saber desaprender, saber enxergar o outro, etc. E acima de tudo Pacheco acredita nas crianças, uma característica essencial quando se quer se relacionar com alguém, deve-se acreditar na capacidade desse alguém. E o processo ensino-aprendizagem é uma relação que precisa que ambos os lados acreditem e confie um no outro.

Seguindo por uma linha de raciocínio não tão diferente quanto a de Pacheco, aqui no Brasil temos a riqueza dos pensamentos de Paulo Freire, que também afirma que educar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção (FREIRE, 2013, p. 24).

Para Freire (2013, p. 17-18) a formação docente deve ser permeada por valores e ética, vividos e inseridos na prática educativa. Ou seja, o indivíduo ao escolher ter sua formação como docente deve se interar que sua conduta deve obedecer a certos valores, conforme a citação abaixo claramente nos incita:

“O preparo científico do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão ética. É uma lástima qualquer descompasso entre aquela e esta. Formação científica, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade de viver e de aprender com o diferente, não permitir que o nosso mal-estar pessoal ou a nossa antipatia com relação ao outro nos façam acusá-lo do que não fez são obrigações a cujo cumprimento devemos humilde, mas perseverantemente, no dedicar (FREIRE, 2013, p. 18)”

Portanto, todo o trabalho (prático ou teórico) desenvolvido neste portfólio de estágio será pautado no exame e reexame de minhas condutas morais e éticas. Na busca por suprir as necessidades e carências que possua em meu caráter, a fim de aprimorar o meu fazer pedagógico e o meu “ser” enquanto pessoa. Acreditando que o saber científico é conquistado pela pesquisa e prática, mas o saber ser é algo que deve estar intrínseco na minha condição de existência como pessoa e cidadão do bem.

 

Referências bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 47ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

PACHECO, José. Dicionário de Valores. 1ª Ed. São Paulo: Edições SM, 2012.

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