A questão Síria
Por: Ana M.
17 de Dezembro de 2016

A questão Síria

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Se você nasce humano, seria um ser pleno de direitos. Basta nascer assim: Humano. Mais nada. Existe um documento em que a vida, a educação, a saúde - entre outros -, são assegurados. Documento construído ao longo da História até serem definitivamente anexados em 1948 com a assinatura de todos os países membros da ONU.
 
Mas se todos têm os mesmos direitos, por que ainda temos pessoas que não têm abrigo, passam fome ou são analfabetas? Essas questões logo me vieram à cabeça quando hoje pela manhã, ao ver o jornal, um comboio enorme de vans e ônibus cruzavam as ruas de Alepo. Mas os refugiados foram impedidos de sair da cidade por causa de novos atentados.
 
Fiquei olhando aquela cidade destruída e pensando: Como se vive assim? Não há a mínima condição. Se sobrevive.
 
Já dei aulas de português a haitianos que chegavam no Brasil. Que são migrantes, não refugiados, mas a questão de ser recebido por outro país é a mesma. Pouco estive com refugiados e pouco fiz por eles, talvez por falta de contato, talvez por omissão mesmo, admito. É uma questão muito complexa, mas não entendo como se pode ter uma opinião diferente do ajudar um outro ser humano.
 
Há alguns dias estive em Barcelona e lá tinha um monumento com um número, acreditava que era um "bom" número, pois seria o número de refugiados recebidos pela cidade e vi ali uma ponta de esperança, mesmo não sabendo onde eles estavam ou quem eram. Mas não, era um "mau" número. Era o número de refugiados que não sobreviveram ao Mediterrâneo.
 
A questão migratória é muito maior do que se pensa. Desde os primeiros hominídeos que saem da África para a Europa e a América aos refugiados na Síria atual. Migrantes/refugiados são pessoas a quem devemos respeito, não a nossa indiferença.

A guerra civil Síria começou em 2011 com os levantes da Primavera Árabe, conflitos que marcaram os países arabizados e queriam derrubar seus governantes ditadores. Já são 140 mil mortos. Entre elas, milhares de crianças. 

ENTENDA UM POUCO

Em 15 de março de 2011, populares vão as ruas manifestar contra o regime de Bashar al-Assad e foi pacífico nos primeiros quatro meses, mas, a partir de agosto, manifestantes fortemente reprimidos passaram a recorrer à luta armada

Em 2012, as manifestações foram classificadas como Guerra Civil, dando abertura à investigação de crimes de guerra e intervenção dos Direitos Humanos Internacional. A fome e a miséria tomam conta de um país com mais de 3 mil anos de história. 

O regime de Al-Assad controla as regiões mais populosas e Alepo é uma das cidades com maior número de massacres, onde os conflitos entre oposição e o exército do governo se confluem. A oposição conta com rebeldes - em sua maioria islamitas - e a Frente Al-Nosra - braço oficial da Al-Qaeda na Síria – e enfrentam, desde janeiro de 2014, os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), a quem acusam de brutalidade e de ter vontade de hegemonia.

A questão é que é mais que uma guerra civil. Os dois antigos rivais da Guerra Fria, vêm travando uma crise política. De um lado, os EUA apoiam grupos rebeldes moderados e curdos, e se opões ao regime de Al-Assad. Na outra ponta, a Rússia se opõe ao Estado Islâmico e outros rebeldes e apoia o ditador sírio. A Síria é um grande comprador de armas russas, ou seja, há interesses políticos, estratégicos e financeiros. 

Mas até quando a vida humana vai valer menos? O número de mortos já ultrapassa os 500 mil. Entre eles, milhares de criaças. As que ainda sobrevivem, perdem seus parentes, perambulam pelas ruas sem perspectiva alguma. 

Veja a cronologia do conflito aqui

Reflitam sobre o que está acontecendo. Comentem e mandem suas dúvidas. 

Até a próxima! 

Bibliografia:

https://noticias.terra.com.br/mundo/guerra-civil-da-siria/

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151120_siria_entenda_tg

 
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