Fundamentalismo
Por: Ana M.
13 de Dezembro de 2016

Fundamentalismo

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1. O fundamentalismo

Apresentação

Frequentemente vemos e ouvimos nos noticiários algum ato de terrorismo pelo mundo. Geralmente são atos violentos que causam grande impacto na nossa sociedade e não entendemos como grupos extremistas podem matar em nome de sua causa. Mas o que é um ato terrorista? O que é fundamentalismo? Qual o objetivo? Neste capítulo, você entenderá o conceito de fundamentalismo e por que o islâmico é o que mais se destaca.

1.1 A origem do fundamentalismo

 

Introdução

 

O fundamentalismo religioso é um termo que tem sido apontado como um dos principais focos de tensão mundial desde o fim da União Soviética, em 1991. No entanto, esse assunto é mais complexo do que divulga a mídia geral e não há apenas uma vertente de pensamentos sobre a questão, levando o assunto a intensos debates. O fundamentalismo se refere a interpretação literal de determinada religião, principalmente entre as três monoteístas: Cristianismo, judaísmo e islamismo.

O ponto comum de todos os fundamentalismos é que todos apresentam um caráter reacionário, ou seja, que defende princípios conservadores, contrários às mudanças e buscam um retorno às origens mais puras e primitivas, rejeitando a modernidade.

 

O fundamentalismo mais antigo é o cristão, através da Encíclica de 1864 do Papa Pio IX, que era antimoderno. Mas foi com o protestantismo norte americano que o fundamentalismo cristão ganhou força. É possível, por exemplo, encontrar grupos que chegam a proibir o ensino da Teoria Evolucionista em certos estados. Além disso, durante a Guerra Fria alguns grupos combatiam o comunismo e podem ser responsabilizados pela ideia de ódio aos islâmicos. Isso se tornou muito claro no Governo de W. George Bush, em que se viu um discurso do “bem (cristãos) contra o mal (islã)”.

 

O Fundamentalismo Judaico tem um caráter interno. É uma ação dos mais ortodoxos contra os judeus liberais. Para eles, a lei de Deus deve ser seguida tanto em casa quanto fora dela. No entanto, a partir da segunda metade do século XX, ortodoxos judeus e muçulmanos entraram em conflito por territórios, visto que cada uma dessas religiões têm um passado religioso onde hoje se encontra Israel, o que não mostra nenhum caráter religioso nessa questão.

 

O fundamentalismo islâmico tem suas origens no século XIX, quando os muçulmanos tiveram mais contato com outras culturas ocidentais. A princípio pode-se dizer que tinham um caráter mais pacífico, mas atualmente há grupos radicais a favor de uma luta armada para conquistar seus objetivos.

 

Apesar de seu caráter antimoderno, os grupos fundamentalistas utilizam de muita tecnologia, como a mídia, programas atômicos, material bélico de ponta, emissoras de rádio e TV. 

1.1.1 O fundamentalismo islâmico e atentados terroristas

Terrorismo é um termo contemporâneo que significa a ação armada contra civis e por isso causa tanta repulsa. É importante saber que terrorismo não deve estar associado ao islamismo, visto que a maioria dos muçulmanos é de ordem pacífica e muitos grupos não islâmicos são considerados terroristas. Como, por exemplo, o Sandero Luminoso do Peru, o ETA (país Basco) e o IRA (Irlanda do Norte

O Islã é uma religião que nasce na península arábica no século VII, através do Profeta Maomé que recebe a visita do Anjo Gabriel durante uma meditação. Maomé teria sido o escolhido para divulgar as palavras do anjo, que ordenava que ele deveria seguir um Deus único. Atualmente, o islamismo é a religião que mais cresce no mundo.

 

O fundamentalismo islâmico tem suas origens na segunda metade do século XX, mas na sua vertente mais radical, ganha força com o movimento Al-Jihad tinha um caráter nacionalista e o grupo GIA (Grupo Islâmico Armado) assassinou o presidente egípcio Anwar Sadat, em 1981. Logo, o fundamentalismo islâmico toma formato internacional e um caráter mais poderoso belicamente.  

 

Após o atentado ao World Trade Center em setembro de 2001, pelo grupo Al-Qaeda, o terrorismo islâmico entra para o cenário midiático americano e mundial. A raiz desse atentado está diretamente ligada à política externa dos Estados Unidos atuante em países islâmicos desde a Guerra Fria, quando financiaram a queda de líderes que tinham tendências comunistas, apoiando regimes ditatoriais.

 

A partir de 11 de setembro, outros atentados ganharam destaque mundial por causa do seu nível de violência e pânico causados aos civis.

Os maiores episódios terroristas foram contra países (ocidentais ou não) considerados inimigos pelos fundamentalistas. Entre eles estão:

- World Trade Center: 11 de setembro de 2001. Onde dezenove terroristas da Al-Qaeda sequestraram aviões civis e chocaram contra as Torres Gêmeas em Nova Iorque e o Pentágono, na Virgínia.  Cerca de 3 mil pessoas morreram. Após esse atentado, os americanos tomaram medidas mais severas de imigração para o país.

- Charlie Hebdo: Atingiu um jornal francês em Paris (2015) que veiculou uma charge contendo a figura de Maomé. Para os muçulmanos, o profeta não pode ter sua imagem divulgada. Foram doze mortos. O atentado chamou a atenção de personalidades por todo o mundo que deram apoio à França em redes sociais e em eventos artísticos divulgando a frase “Je suis Charlie” (eu sou Charlie).

- Atentado à boate Bataclan – Ocorrido em 13 de novembro em Paris e Saint-Denis que consistiram no fuzilamento em massa e uso de reféns que estavam em uma casa de shows. 180 pessoas foram mortas.

- Atentado em Bruxelas, Bélgica – Em 22 de março de 2016, onde terroristas suicidas causaram a morte de 35 pessoas no aeroporto e no metropolitano.

 

1.1.2        Grupos radicais islâmicos

Alguns dos grupos radicais extremistas de origem islâmica:

  •          Al-Qaeda – Criada em 1980, ficou conhecido por causa do atentado à Torres Gêmeas em 2001. Tem por objetivo acabar com a influência ocidental sobre o mundo muçulmano. Atua principalmente no Afeganistão.
  •          Boko –Haram – Fundada em 2002 e conhecida pelo sequestro de jovens em 2014. Tem o objetivo de implantar a Sharia (lei islâmica) na Nigéria.
  •          Hamas – Criado em 1997. Atua na Palestina. Alguns países como o Brasil, não o consideram um grupo terrorista, mas político.
  •          Estado Islâmico (EIIS) – Surgiu em 2013 e atua na Síria e Iraque onde tem a intenção de criar um emirado islâmico. Cresceu significativamente após a Guerra Civil da Síria; Obriga os sírios a se tornarem muçulmanos com orientação sunita. É considerado altamente violento e responsável pela grande massa de imigrantes Sírios que se retiram do território em direção a Europa.
  •          Talibã (ou Taleban) – Fundado em 1994 e se localiza no Paquistão e Afeganistão que governaram até 2001. Seu objetivo é a criação de um Estado Teocrático, recuperando os principais aspectos religiosos do Islã. São conhecidos por recrutarem crianças para se tornarem guerrilheiras e por proibirem as mulheres de estudar, entre outras proibições. O atentado contra Malala em 2009, trouxe a discussão sobre a repressão contra as mulheres sob o regime talibã. 

 

SAIBA MAIS

Encíclica de 1864: http://www.montfort.org.br/bra/documentos/enciclicas/quantacura/

PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (orgs.).  Faces do fanatismo. São Paulo: Contexto, 2004.

MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio; FARIA, Ricardo. História do tempo presente. São Paulo: Contexto, 2000.

YOUSAFZAi, Malala. Eu sou Malala. São Paulo: Companhia das Letras.

 

 

Referências bibliográficas

SILVA, Kalina Vanderlei e Maciel Henrique.  Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto. 

 

 

 

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