Alfabetização e afetividade - parte II: A aquisição da lingu
Por: Danielle C.
06 de Julho de 2017

Alfabetização e afetividade - parte II: A aquisição da lingu

Pedagogia

Este texto é parte de meu artigo "Alfabetização e Afetividade", escrito como pré-requisito para a conclusão de minha especialização em Alfabetização e Letramento.

 

A linguagem é uma prática social cujo desenvolvimento tem como bases a relação entre as pessoas. É ela que constitui o sujeito, permitindo a expressão de sentimentos e pensamentos e o desenvolvimento cognitivo de cada indivíduo. Como tema de grande importância para a humanidade, tornando-se dilema para estudiosos de diversas áreas e épocas. Muitos tentaram dar explicações ao fato deo ser humano conseguir construir uma forma de comunicação estruturada e superior à de outros animais.

Os comportamentalistas, por exemplo, criam na linguagem como um comportamento que deve ser aprendido da mesma forma que todos os outros, que é reforçado ou não a partir da resposta de seus pares. Propostas de intervenção através de “premiação/castigo” de atitudes, repetição e treinamentos têm como base essa perspectiva. O papel do professor seria proporcionar o ambiente ideal de aprendizagem, eliminando qualquer estímulo que pudesse atrapalhar este processo, sendo o aluno uma “tábula rasa”.

Por outro lado, os teóricos defensores do inatismo caracterizam a linguagem como algo inato ao ser humano, a ser desenvolvido conforme a maturidade do indivíduo, cabendo ao professor desenvolver essas competências. Caso o aluno não consiga aprender determinado conceito, neste caso, significaria que esse não nasceu predisposto a aprender tal conteúdo, limitando as ações do educador.

A teoria cognitivista tratava o desenvolvimento da linguagem como um aprendizado adquirido pela ação da criança sobre o mundo, pois esta é um ser ativo na construção do conhecimento, mas ainda com caráter inatista, pois estipula fases de desenvolvimento para cada idade e atividades que estimulem a criança a superar as dificuldades inerentes a essa fase de seu desenvolvimento (sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e operatório-formal) (COSTA, 2013).

Finalmente, o interacionismo, contrapondo-se aos modelos anteriores, propõe o desenvolvimento da linguagem como um processo sócio-histórico, que depende das interações sociais e constituindo o sujeito. Neste caso, haveria uma procura em proporcionar experiências significativas da criança com a linguagem.

Assumindo a última teoria como a atualmente mais correta, observa-se de que forma a aquisição da linguagem escrita também depende da de boas interações entre o educador e o educando, ainda mais do que durante a aquisição da oralidade, visto que esta é realizada de forma mais natural e assistemática do que a primeira.

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A aquisição da linguagem escrita tem início antes de a criança entrar no primeiro ano do Ensino Fundamental. Pode ocorrer quando ela observa seus pais escrevendo e lendo cartas, bilhetes, livros, jornais... também ao observar embalagens e placas nas ruas. As tentativas de escrita (garatujas) e de leitura também se mostram como precursores da escrita formal. A partir do primeiro ano (e em alguns casos, da pré-escola), a criança passa a ter acesso a métodos sistemáticos de aprendizado da língua escrita, com o objetivo de alfabetizá-la. Com isso, aos poucos, começa a compreender as particularidades da linguagem escrita, dominando a produção e interpretação de textos, a ortografia e a gramática, além da caligrafia. Após alguns anos, é esperado deste educando que saiba expressar-se bem oralmente e de forma escrita, compreender textos de diversas áreas do saber e passe a ter mais autonomia sobre seu próprio processo de aprendizado.

Sabe-se, no entanto, que nem sempre é esta a realidade dos estudantes, que chegam aos últimos níveis do ensino sem ter completo domínio da linguagem oral e escrita, fenômeno que pode ser até mesmo confundido com distúrbios de linguagem (dislexia, disortografia...). É clara a necessidade de se observar a constituição da vida acadêmica desse indivíduo, com sua relação entre a linguagem escrita e a forma como ela foi apresentada nos primeiros anos de seu ensino formal, de que forma suas vivências foram trabalhadas no ambiente escolar e familiar e as contribuições para que a leitura fizesse parte (ou não) da vida deste estudante.

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Danielle C.
Curitiba / PR
Danielle C.
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Especialização: Alfabetização e Letramento (Universidade Brás Cubas)
Professora, formada em Pedagogia, com especializações na área de educação, para aulas de reforço escolar no Ensino Fundamental. (1º a 5º ano)
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