Por que gesticulamos tanto? Fatos para esclarecer a mania de
Por: Hugh G.
11 de Setembro de 2016

Por que gesticulamos tanto? Fatos para esclarecer a mania de

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Por que as pessoas gesticulam tanto?

Seria essa uma costume exclusivamente brasileira? Veja aqui alguns gestos que o Brasileiro adora fazer, mas nem sempre são completamente compreendidos no exterior. Gestos emblemáticos: são sinais emitidos intencionalmente, o seu significado é específico e muito claro, já que representa uma palavra ou um conjunto de palavras bem conhecidas.

Não é de hoje que brasileiros tem fama de ser bem expressivos. Herança talvez da imigração italiana, ou quem sabe da mistura luso-africana de tempos ainda mais remotos. Uma coisa é certa: Brasileiro usa e cria muitos gestos. Morar em Berlim, uma cidade com cultura que eu diria ser quase antagônica ao Brasil, me deu a possibilidade de observar o comportamento sob outra perspectiva.

"Observar?", você me pergunta. Sim, observar o comportamento das pessoas. Ter contato não só com a cultura alemã, mas com a espanhola, a francesa, a italiana, e até mesmo as culturas latinas, me deu uma boa base para fazer comparações, e hoje tenho uma nova perspectiva sobre a cultura brasileira. Minha identificação com a seguinte frase do escritor José Saramago, não poderia ser maior: “Para se ver a ilha é preciso sair da ilha."

Foi só vivendo na Austrália que percebi (e muitas vezes me disseram) a quantidade enorme de gestos que os latinos utilizam diariamente. E, depois de muitos olhares de espanto, julgamentos indevidos e também mal-entendidos hilários, cheguei à conclusão de que a linguagem não verbal é quase um patrimônio de pessoas que tem alguma descendência latina (Italia, Brasil, Espanha, França, etc). Depois de muitos estrangeiros ficarem surpresos com a forma de eles se expressar, decidi olhar com mais cuidado para o hábito de gesticular das pessoas (especialmente dos Brasileiros).

Mas afinal, o que leva a uma pessoa gesticular tanto? É fato que todas as culturas possuem os seus gestos característicos, e muitas vezes alguns gestos com sentido positivo aqui podem não ser tão legais no outro lado do globo.

A gesticulação possui um papel importantíssimo na construção da identidade cultural e da vida em sociedade. Além disso, os gestos variam de acordo com a cultura e a demanda da vida social dos indivíduos – claro que em países com interações sociais diferentes os gestos também serão diferentes (ou até inexistentes, dependendo do caso). Eu arrisco ainda afirmar que o clima quente do Brasil (que relaxa mais as pessoas e as deixa mais expansivas – o frio não ajuda quando o assunto é linguagem corporal) e a história miscigenada do país também contribuíram em peso para que a cultura de “falar pelas mãos" seja tão comum.

Achei também bem interessante um estudo da universidade de Illinois. Os pesquisadores observaram 50 estudantes, que fizeram diversos testes. Alguns exploraram vocabulário enquanto outros trabalharam a memória de trabalho verbal – a habilidade de guardar, mudar e ajustar palavras em nossa mente. Depois disso, um desenho do Tom e Jerry foi exibido. Eles pediram aos estudantes para descrever o que viram. O resultado? Os estudantes com uma memória de trabalho verbal pobre (mas não pobre em vocabulário) tiveram a tendência de gesticular muito mais enquanto descreviam o que viram anteriormente.

Esse estudo mostra como os gestos nos auxiliam no processo cognitivo, em um lugar onde a memória de trabalho de certa forma falha. Imagine você um país como o Brasil, influenciado por tantas culturas e idiomas, os gestos definitivamente devem ter sido o melhor artificio para todos se comunicarem de forma mais eficiente.

Outro estudo também detectou que os gestos nos ajudam a lembrar de informações visuais ou espaciais, e inclusive podem alterar a nossa habilidade de sentir empatia. Será por isso que os brasileiros são considerados um povo tão simpático e hospitaleiro? Uma coisa é fato: não importa quantos idiomas você fala, ou quantos lugares você possa ter morado, a brasilidade de alguma forma sempre será parte de sua vida e se manifestará de alguma maneira. 

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Hugh G.
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Especialização: TOEIC ( (Test of English for International Communication) (Oxford londres)
PROFESSOR NATIVO (australiano) - Inglês, Espanhol, Francês, Italiano, Português (Método didático. inovador. diferente. prático)
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em 11 de setembro de 2016

Parabéns - Ótimo artigo !!

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