Cinco razões para se tornar um leitor hoje mesmo
Por: Mateus B.
15 de Fevereiro de 2016

Cinco razões para se tornar um leitor hoje mesmo

Português Leitura Artigos Pré-Vestibular Escrita Redação

5 razões para você se tornar um leitor hoje mesmo

  Prazos apertados, e-mails para responder, tarefas que se acumulam, geladeira vazia, prova de física, apresentação do seminário, a crise e, ainda por cima, a estreia da nova temporada da sua série predileta no Netflix (afinal, ninguém é de ferro). Não é má vontade, mas, diante de tantas urgências da vida moderna, conseguir tempo para a leitura parece ser cada vez mais impossível, quase um ato de heroísmo. O que são cinco razões para se tornar um leitor diante de cinquenta que nos afastam dos livros?

  Isso sem falar na concorrência desleal que esses artefatos de papel, tinta e cola, sobreviventes da época de Gutenberg, enfrentam: os inúmeros tablets que disputam constantemente nossa atenção com suas telas luminosas, seus megabytes de memória, seus sedutores aplicativos e suas agitadas redes sociais.

  Dessa forma, ficamos expostos a um número muito grande de apelos e tendemos a nos limitar a uma leitura fragmentada e superficial. Trocamos a leitura de textos mais longos, que exigem fôlego e dispersamos nossa atenção em fragmentos de informação. Quantas vezes nos restringimos à leitura de manchetes, títulos, palavras-chave e não nos aprofundamos no conteúdo daquilo que lemos?

  O tempo todo se fala de reeducação alimentar, por que não podemos também falar de reeducação de leitura? Se, em nome da saúde, substituímos o hambúrguer, a batata frita e o refrigerante por uma alimentação mais saudável, nós podemos também equilibrar o uso que fazemos das tecnologias e alimentar nosso cérebro e nossa alma com leituras de qualidade.

  Se você, até hoje, não teve uma experiência positiva com a leitura, por que não tentar se reeducar para criar o gosto pelos livros? Por que não tentar aprender a gostar de ler? Se as pessoas aprendem a gostar de brócolis, por que não criariam o gosto pela leitura? Que tal começar a ler um livro somente pelo prazer de lê-lo?

 Muitos se perguntarão: mas ler por prazer, só por ler, é possível? Caso essa experiência lhe seja estranha, você não sabe o que está perdendo e o quanto vale a pena tentar!

 Para você se tornar um leitor hoje mesmo, vão aí cinco razões que vão te dar o empurrãozinho que faltava em direção à livraria mais próxima!

 

  1. Ler permite que você descubra o que ainda não sabe

  Através da leitura é possível acessar um universo infinito de informações, conhecer novas ideias e novas formas de se compreender a realidade. Lendo, novas perspectivas se abrem na medida em que entramos em contato com o que filósofos pensaram, cientistas descobriram e poetas sentiram. É pela leitura que podemos conhecer o imenso repertório de conhecimento produzido pela humanidade ao longo de sua história e ter acesso aos bens culturais que são um patrimônio ao qual todos nós temos direito.

  As palavras daqueles que nos precederam continuam abrindo portas e caminhos para alcançarmos novas ideias, perspectivas e conhecimentos sobre o mundo e sobre nós mesmos e, dessa forma, podem contribuir para formarmos opiniões, valores, conhecimentos e para constituirmos nossa própria identidade.

  1. A leitura é um direito que garante a cidadania e a democracia.

  Ler não deve ser visto como um dever, mas sim como um direito de todo cidadão que, pela leitura, poderá acessar as informações e os bens culturais que vão empoderá-lo para o exercício pleno da cidadania.

  Ao falar do indivíduo que não lê, o educador Paulo Freire emprega a imagem do homem imerso, com a cabeça debaixo d’água, incapaz de ver e compreender o que se pensa e o que se diz à sua volta. Para o educador, somente a leitura é capaz de fazer com que esse homem imerso venha à tona, ponha a cabeça para fora e seja capaz de olhar e compreender o mundo ao seu redor para, assim, poder agir sobre ele. Nesse sentido, somente será efetivamente democrática a sociedade em que a leitura faça parte da formação e do cotidiano de seus cidadãos.

  1. A leitura dá o que falar, ou melhor, escrever

  Muito se ouve sobre a necessidade da leitura para que o aluno consiga escrever bons textos. Muita gente até cai num equívoco ao pensar que há uma relação automática entre leitura e escrita do tipo: quem lê muito, escreve bem. Não é exatamente assim, a escrita é uma atividade que tem suas particularidades e seu aprendizado requer esforço, disciplina e muita prática, no entanto, quem não lê dificilmente irá escrever bem, pois é justamente a leitura que “turbina” a escrita.

  As ideias que serão desenvolvidas numa redação, por exemplo, são surgem espontaneamente na cabeça de quem escreve, mas são construídas aos poucos a partir de um percurso de leitura, isto é, a partir do conjunto de livros e textos com os quais essa pessoa foi tendo contato ao longo da vida. Assim, quanto mais leitura, mais assunto a ser desenvolvido!

  1. A leitura ensina como escrever

  Os gêneros textuais que circulam nos mais diferentes contextos sociais – verbetes, tutoriais, cartas, artigos de opinião, editoriais, contos, fábulas e tantos outros – seguem um certo padrão e são mais ou menos estáveis quanto à sua formatação; uma carta, por exemplo, deve trazer local e data, vocativo e assinatura. Assim, o contato com esses gêneros através da prática constante da leitura nos possibilita conhecer seu formato de modo que, quando requisitado numa prova, saberemos estruturá-lo.

  No ano de 2013, o vestibular da UNICAMP pediu que os candidatos escrevessem um gênero textual incomum nas práticas escolares: um verbete de enciclopédia eletrônica sobre “computação em nuvem”. Muita gente se assustou com essa proposta justamente por nunca ter praticado esse gênero textual na escola, entretanto, muitos candidatos se saíram bem, pois já tinham lido diversos verbetes de enciclopédias eletrônicas, como a Wikipédia, por exemplo, e conheciam a linguagem e o modelo desse gênero textual. Nesse caso, o conhecimento do gênero “verbete” os ajudou a cumprir a tarefa requisitada.

  1. A leitura pode te ajudar a ser uma pessoa melhor

  Os alunos liam o livro de contos “A cidade e a infância”, do escritor angolano Luandino Vieira, que retrata uma realidade completamente diferente: a história da jovem personagem que se prostituía para ganhar a vida e criar sua filha. Uma aluna, indignada com a situação da personagem, ao final da aula, pergunta: como é possível que uma situação dessas possa acontecer? Não há como fazer alguma coisa? A palavra, vinda de tão longe, havia rompido a redoma da indiferença.

 Essa jovem passou por uma experiência única: a experiência da alteridade. O contato com a arte da palavra lhe possibilitou viver uma experiência rica de humanidade, que lhe permitiu o desenvolvimento de sua capacidade de sentir, de descobrir o outro e se irmanar com sua dor. Dessa forma, num mundo marcado pelo egoísmo, pelo culto do eu, reproduzido infinitamente pelas selfies das redes sociais, pela insensibilidade e por todos os tipos de fobia em relação ao diferente, a literatura pode conectar as pessoas, contribuindo assim, para a formação da sensibilidade do leitor e para a preservação de sua própria humanidade.

*

E você, pode nos sugerir mais algum motivo para começar a ler hoje mesmo? Qual livro recomendaria para aquele amigo que não lê e quer começar?

Cadastre-se ou faça o login para comentar nessa publicação.

Confira artigos similares

Confira mais artigos sobre educação

+ ver todos os artigos

Encontre um professor particular

Busque, encontre e converse gratuitamente com professores particulares de todo o Brasil