Agostinho

Filosofia Enem

Como agostinho de hipona compreendia o problema do mal 40 linhas ?

Foto de Marcos A.
Marcos perguntou há 1 ano

Sabe a resposta?

Ganhe 10 pts por resposta de qualidade
Responder dúvida
2 respostas
1
votos
1 usuário votou nessa resposta como útil.
Professora Magali G.
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
Respondeu há 1 ano
Melhor resposta
Essa foi a melhor resposta, escolhida pelo autor da dúvida

  O mundo ocidental teria dois grandes fundamentos: o bíblico e o filosófico, representados por Jerusalém e Atenas. Um pressuporia a razão assistida, guiada por Deus, revelada, e outro, a razão desassistida, não teológica, oriunda da filosofia grega. Esses fundamentos eram independentes entre si até o final da Antiguidade. A combinação entre essas duas tradições será o cerne da Idade Média, período em que viveu Agostinho. O período moderno se caracteriza, portanto, pela procura da libertação da filosofia em relação à teologia, ou seja, nem todo filosofia moderna é ateia, mas isso se torna plausível.

 Os pensadores da Idade Média, vinculados à doutrina cristã, precisam responder à questão: “Se tudo que Deus fez que era bom, qual a origem do mal ou do mau?” Se Deus é perfeito e criador de tudo não poderia criar o mal, pois Deus não poderia criar algo ruim, o que prejudicaria sua própria criação. Qual a origem do mal, então?

Agostinho foi um filosofo adepto ao maniqueísmo e depois convertido ao cristianismo, adotando a filosofia neoplatônica. Foi padre e bispo na cidade de Hipona, por isso em alguns textos é identificado como Agostinho de Hipona, ou Bispo de Hipona, ou ainda Santo Agostinho. A Filosofia prefere identificá-lo apenas como Agostinho, pois no discurso filosófico, que não é religioso, não cabem santos nem demônios,  e sua teoria ultrapassa os muros da reflexão religiosa. Em suas considerações  sobre o mal, Agostinho apresenta-o  influenciado pela doutrina cristã, com três possibilidades: o mal que já existe; o mal físico e o mal moral. No mal metafísico, reside o paradoxo: se Deus é bom, como surge  o mal, pois não deve ser dele.

 Para ele, o mal nasce do livre arbítrio humano, das escolhas erradas que fazemos. O mal, se não foi criado por Deus deve, então, ter origem humana. Junto com o mal, entretanto, nasce também a possibilidade da escolha. O homem passa a poder optar entre conhecer o mal e não o praticar. Junto com o mal o homem inventou a liberdade de igualar-se ou não a Deus. Para Agostinho, o mal é uma certa imperfeição de Deus, sendo a ausência da perfeição que permite a degradação.

 Conhecer a si mesmo é saber-se impotente tanto perante o conflito da vontade de si para si, quanto à salvação de sua condição de vício.  É reconhecer-se cindido, distanciado de Deus pelo pecado original e distanciado de si mesmo, pela vontade partida. Somente pela humildade de reconhecer sua fraqueza é que o homem pode aspirar à plenitude, reconduzindo, de maneira consciente, sua vontade como expressão da Vontade.  É preciso ao homem purificar-se da soberba, da arrogância, da ideia de autossuficiência, do vício, iniciar a escalada com a humildade do reconhecimento de que só em Deus poderá reconstruir sua alma cindida. A transcendência ao mal aconteceria na alma por um movimento de amor do homem e de infinita Bondade de Deus.

Envie uma dúvida gratuitamente

Envie sua primeira dúvida gratuitamente aqui no Tira-dúvidas Profes. Nossos professores particulares estão aqui para te ajudar.

0
votos
Nenhum usuário votou nessa resposta como útil.
Professor Matheus F.
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
Respondeu há 1 ano

O Bispo de Hipona observa o universo como uma espécie de hierarquia, onde algumas coisas sobressaem superiores às demais. A princípio é importante ver que, para Santo Agostinho, embora adverso dos maniqueu, ser inferior não é ser mal. Além disso as coisas inferiores às vezes são coisas boas, contudo não tão boas como coisas superiores.

Toda a escolha voluntária implica em atos de justiça, em outras palavras, em retribuições ou castigos, logo que ao aproximar-se de Deus, o homem está em busca do “Eros” e, ao afastar-se dele, só encontra desventura infelicidade.

 Contraproducente através das palavras de Agostinho, que nenhum ser vivo, enquanto tal, é mau, e que todo ser mutável é também susceptível de perfeição. Visto que, mutável é o que pode ser mudado, do mesmo modo que perfectível pode ser perfeito.

Deus na sua onisciência fez tudo de essência boa. Entretanto, o fato de o corpo material estar sujeito à morte torna-o mais próximo do não-Ser, enquanto a anima só tende ao mal se abandonar Deus em busca dos prazeres materiais.

Dado esta hierarquia de estar em mente, estamos em condições de entender a resposta completa de Agostinho à pergunta: “De onde veio o mal?” O mal tem um ponto específico de origem na história da criação. Curiosamente, ele começa antes de Adão e Eva. Como relata o livro do Gênesis, já havia uma serpente no jardim do Éden, tentando-os a fazer a escolha errada “A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?” (Gn 3). Santo Agostinho, como um dos muitos pensadores cristãos que identificam essa serpente como o diabo disfarçado. No entanto, Santo Agostinho está muito comprometido em não deixar as pessoas culparem o pecado humano sobre o diabo. Logo uma das principais razões pelas quais ele sustenta que, nosso livre arbítrio, é para que ele possa obstinar-se que o mal em nós é culpa nossa.

Através da perscrutação sobre o mal faz-se necessário que busquemos uma explanação com relação ao que está sendo proposto. Nesta coerência, temos uma contestação sobre o mal em diferentes acepções, a atinar: “o mal físico” e o “mal moral”. Mal moral é atinente à ordem corporal e detém uma noção mais específica sobre a fé, o sofrimento, como consequência. Os segundos provem de uma violação voluntaria e desregrado da ordem desejada por Deus, o pecado (livre arbítrio).

Entretanto a problemática se dá aos subterfúgios da fé cristã, visto que, não se coloca em questões a natureza divina. Neste âmbito, o Bispo de Hipona apresenta seguinte questão: “se o mal vem por ter sido ensinadoporem a uma necessidade de examinao que parece ser, na verdade, mais uma forma de inocentá-lo da culpa do pecado. Logo é através da afirmação dádiva de Deus aos homens que o Bispo de Hipona rejeita a possibilidade de provir dele alguma forma de corrupção. Conseguinte contraditório que através desse bem obtivéssemos algum mal!  Vemos então a noção de mal como o afastamento do caminho proposto por Deus. De onde provem todo o bem.

Professores particulares de Filosofia

+ Ver todos
Encontre professor particular para te ajudar nos estudos
R$ 80 / h
Magali G.
São Paulo / SP
Magali G.
5,0 (2 avaliações)
Horas de aulas particulares ministradas 11 horas de aula
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
1ª hora grátis
Filosofia - Ética e moral Filosofia - Filosofia Moderna A experiência da Caverna
Mestrado: Educação (USP - Universidade de São Paulo)
Professora particular formada pela usp. Filosofia, redação, metodologia cientifica, sociologia e artes, com experiência no ensino médio e superior.
R$ 70 / h
Cássio R.
São Paulo / SP
Cássio R.
5,0 (8 avaliações)
Horas de aulas particulares ministradas 368 horas de aula
Tarefas resolvidas 1 tarefa resolvida
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
1ª hora grátis
Filosofia - Aulas Particulares Filosofia - Enem Aulas de Reforço em Filosofia
Doutorado: Filosofia da Linguagem (Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC))
Professor de latim, francês e alemão com metodologia focada na imersão e no desenvolvimento natural de cada aluno. Vem aprender e chega de decoreba!
R$ 55 / h
Paola R.
Vitória / ES
Paola R.
5,0 (21 avaliações)
Horas de aulas particulares ministradas 1 hora de aula
Tarefas resolvidas 25 tarefas resolvidas
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
Curso Superior de Filosofia Filosofia - Aulas Particulares Filosofia - Rousseau
Especialização: Direito Tributário (PUC-RS)
Graduação - instituto brasileiro de mercado de capitais e puc-mg. Média geral na faculdade de direito, 8,99. Especialização em tributário pela pucrs
Envie uma tarefa, lista de exercícios, atividade ou projeto
  • Você define o prazo
  • Professores fazem propostas e você escolhe o melhor
  • Interação com o professor por chat
  • Se não gostar da resolução, reembolsamos
Enviar Tarefa

Envie uma dúvida gratuitamente

Envie sua primeira dúvida gratuitamente aqui no Tira-dúvidas Profes. Nossos professores particulares estão aqui para te ajudar.

Encontre um professor e combine aulas particulares Presenciais ou Online