Para o que serve realmente uma avaliação?
Por: Lidiane G.
25 de Fevereiro de 2021

Para o que serve realmente uma avaliação?

A classificação dos alunos por um parâmetro quantitativo, a nota, não é a única finalidade da avaliação.

Pedagogia Formação de professores Avaliação da aprendizagem

O significado do termo problematização apresentado por Paulo Freire, no trecho abaixo:

Quanto mais se problematizam os educandos, como seres no mundo e com o mundo, tanto mais serão desafiados. Tanto mais desafiados, quanto mais obrigados a responder ao desafio. Desafiados, compreendem o desafio na própria ação de captá-lo. Mas, precisamente porque captam o desafio como um problema em suas conexões com os outros, num plano de totalidade e não como algo petrificado, a compreensão resultante tende a tornar-se crescentemente crítica, por isto, cada vez mais desalienada. (FREIRE, 2000, p. 68).

expressa uma visão de avaliação que é o oposto das posturas tradicionais e autoritárias.

No contexto de Paulo Freire a avaliação serve para acompanhar a aprendizagem do aluno, identificando e corrigindo fraquezas diagnosticada. A avaliação deve ser contínua e não momentânea, ou seja, o rendimento do aluno deve ser observado diariamente e não apenas nas 2 horas de uma prova escrita, por exemplo.

As avaliações que medem o desempenho dos alunos são ferramentas importantes como diagnóstico do processo de ensino-aprendizagem. A classificação dos alunos por meio delas não deve ser a finalidade, mas deve ser ferramenta para uma auto-avaliação do professor e do método da escola, além de identificar alunos e conteúdo que precisam de uma atenção especial devido ao baixo desempenho obtidos e constatados nestas avaliações. A periodicidade curta delas também é importante para que identificações de fraquezas sejam trabalhadas em um curto espaço de tempo.

O paradigma objetivista é aquele que tende a associar a avaliação com medidas dadas às suas bases epistemológicas calcadas no positivismo comtiano e no positivismo lógico. A avaliação da aprendizagem objetivista tende a ser realizada somente por meio de testes e outros instrumentos de apreciação do momento. As principais críticas deste paradigma são: os alunos serem levados a apreender determinados conhecimentos tidos como importantes, mas que se distanciam dos seus interesses pessoais ou sociais. E outra crítica surge em função do processo de alienação implícito nas práticas de ensino, aprendizagem e avaliação.

No paradigma subjetivista ou qualitativo a avaliação está sempre presente: é permanente, no sentido de contínua e diária, e está associada ao processo de ensino e aprendizagem. A ênfase avaliativa, além disso, é deslocada dos produtos escolares para os processos, e o aluno é colocado no centro dinâmico do processo de ensino e aprendizagem. As principais críticas deste paradigma são: que há quem questione o fato de atribuir origens abstratas e distantes às coisas, e que isto, de igual modo, acaba servindo a grupos e classes hegemônicos. Outros ainda criticam a própria incapacidade da avaliação nessas bases, particularmente ao concluir acerca do grau de qualidade atribuída, tantas são as vontades e gostos individuais. E, por fim, há quem critique a exaltação do individualismo na redução do ser a uma vontade supra-individual.

 

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