Por uma educação humanista
Por: Marcel P.
27 de Março de 2020

Por uma educação humanista

Carl Roger e Paulo Freire em Debate

Alfabetização Aprendizagem

Resumo: Este artigo objetiva discutir teoricamente as possíveis contribuições da Abordagem Centrada na Pessoa, como proposta por Carl Rogers, na práxis do psicólogo escolar. Rogers (1985) postula que atitudes empáticas, aliadas as outras atitudes facilitadoras, tem efeitos positivos. A atuação do psicólogo em escolas passa a ser cada vez mais presentes no dia-a-dia, onde, normalmente, demanda primeiro surge para só assim encaminhar o aluno para o atendimento. O Psicólogo escolar pode atuar de forma a romper com o atual modelo de atendimento educacional, baseado no molde clínico, contribuindo para a criação de espaço para a escuta, de forma a trazer alunos, pais e profissionais para juntos poderem construir reflexões na forma de trabalhar as relações.

Introdução: Idealizador da Abordagem Centrada na Pessoa, Carl Ranson Rogers (1902 – 1987) por mais de 30 anos de carreira foi psicoterapeuta e também pesquisador, responsável por inestimáveis contribuições a psicologia humanista, a qual é um dos fundadores, e marco na criação do movimento de grupos de encontro. Para Rogers, segundo Insfran (2011) Inicialmente, ele imaginava que as mesmas condições facilitadoras, utilizadas por terapeutas e professores, poderiam ser adaptadas para o trabalho com grupos. O psicólogo escolar, apesar de estar cada vez mais presente nas instituições de ensino, segundo Andrada (2005) o mesmo ainda é compreendido, na maior parte das vezes, como “aquele que pode tratar os alunos problemas e devolvê-los à sala de aula bem ajustados”. A práxis do psicólogo escolar pode compreender diversas possibilidades, para além da prática convencional, saindo do modelo clinico, como (Andrada, 2005): Apoio as implicações do fazer pedagógico, esclarecimentos das dimensões psicológicas implicadas no processo de aprendizagem, facilitador na criação de vínculos e etc.. Diante deste cenário, o presente trabalho se propõe a discutir teoricamente as contribuições da Abordagem Centrada na Pessoa, ou mesmo o modelo de ensino centrado no cliente, para a práxis do psicólogo escolar e como podemos pensar possíveis intervenções e atuações do psicólogo inserido no contexto escolar. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é colaborar com as ciências humanas, sob a perspectiva da Psicologia Humanista, acerca da crescente atuação do psicólogo escolar.

Resultados e Discussão: Através desta pesquisa foi observado que as pesquisas que envolvem as contribuições da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) é ampla e diversificada, entretanto, sobre o fazer do psicólogo nas escolas utilizando a abordagem é pequena e apenas encontrada em estudos específicos, muitas vezes em estudos de caso. Foram encontrados quatro artigos e duas dissertações de mestrado que envolve o tema da pesquisa de maneira mais relevante e aprofundada, sendo os mesmos considerados para o presente trabalho, sendo enfatizada apenas a abordagem Rogeriana para a discussão. A prática da Psicologia Escolar não pode ser considerada como novo, tendo seu marco com a regulamentação da Psicologia (Oliveira e Marinho-Araujo, 2009), a pesar disso, ainda é muito difícil à inclusão do psicólogo em escolas publicas como também sua prática parece ainda seguir o modelo clinico, focado em atendimentos individuais e focado apenas na pósvenção.

Andrada (2005) destacou algumas das possíveis atuações do psicólogo escolar, de acordo com a normativa do CFP na resolução nº 014/00. Algumas das mais relevantes aplicações são: Aplicar conhecimentos psicológicos na escola, concernentes ao processo ensino-aprendizagem, em análises e intervenções psicopedagógicas e analisar as relações entre os diversos segmentos do sistema de ensino e sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na elaboração de procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades individuais. (Andrada, 2005). A ACP, como proposta por Rogers se baseia em três pressupostos fundamentais: Consideração positiva, a qual o mesmo define como aceitação incondicional da pessoa por parte da outra, tal como ela é sem juízos de valor ou críticas a priori (ROGERS, 1985, grifo nosso). Compreensão empática, Rogers (1985, grifo nosso) definiu compreensão empática como: Capacidade de se imergir no mundo subjetivo do outro e de participar na sua experiência. Congruência, podemos definir como o estado em que o terapeuta deve se encontrar de coerência, integral e congruente, a qual se traduz na sua capacidade de aceitar os sentimentos, as atitudes, as experiências, de se ser genuíno e integrado na relação com o outro (ROGERS, 1985, grifo nosso)

Segundo sua experiência como professor, e também alguns depoimentos de pessoas que vivenciaram este efeitos, Rogers (1985) postula que atitudes empáticas, aliadas as outras atitudes facilitadoras, tem efeitos positivos sobre a aprendizagem significativa. Gonçalves (2008) afirma que por aprendizagem significativa, Rogers (1985) entendeu como aquela que realmente possa provocar mudanças na personalidade, ou seja, “o conhecimento que pode ser aplicado na realidade e com o qual se possam fazer relações que antes não aconteciam.” (Rogers, 1985)

Uma das formas encontrada por Insfran (2011), apenas uma das inúmeras possibilidades, seria a formação de grupos de reflexão pelo psicólogo escolar, teoria também já comentada por Rogers, uma vez que for dado aos integrantes espaço e voz, mas não somente isso, dar a cada fala a devida atenção, a devida escuta, só assim poderemos facilitar a singularidade da experiência de cada um, tornado-os “sujeitos reflexivos que conduzem o próprio ensino-aprendizagem” (Insfran, 2011).

Amorim (2005), apud Rogers (1979), afirma que grupos de encontro têm como objetivo intensificar o crescimento pessoal, o desenvolvimento e aperfeiçoamento da comunicação e das relações interpessoais, a partir da experienciação. Dessa forma, podemos pensar que grupos podem ser formatos antes do surgimento da necessidade, atuando como estratégia de prevenção com os alunos, pais e equipe da escola. Para Andrada (2005) “Quando pensamos em processo de formação dos alunos não podemos excluir a participação ativa das famílias e, certamente, dos educadores.”.

Conclusão: Através desta busca foi observado que as pesquisas que envolvem as contribuições da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) é ampla e diversificada, entretanto, sobre o fazer do psicólogo nas escolas utilizando a abordagem é pequena e apenas encontrada em estudos específicos, muitas vezes em estudos de caso. O que acaba mobilizando ainda mais a necessidade de discutirmos não só a práxis do psicólogo escolar, como também formas de utilizar as bases humanistas para agregar no âmbito de uma atuação diferenciada do profissional. Ainda segundo o levantamento, o psicólogo escolar pode atuar de forma a romper com o atual modelo de educacional, baseado no molde clínico, contribuindo para a criação de espaço para a escuta, de forma a trazer alunos, pais e profissionais para juntos poderem construir reflexões na forma de trabalhar as relações. Relações essas que não estão somente no ambiente escolar, mas também em outros locais da convivência da criança e do Adolescente. Por fim, podemos formular diversas formas de atuação do psicólogo escolar utilizando a base existencial humanista, porém ainda carecemos de estudos específicos ou mesmo de diretrizes que possam facilitar o acesso de novos profissionais dentro do contexto escolar, cabe a nós a elaboração de matérias de pesquisa nessa área importante, mas ainda carente de estudos aprofundados.

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Marcel P.
Recife / PE
Marcel P.
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Alfabetização para Crianças Alfabetização no Ensino Fundamental Ajudo crianças com deveres de casa
Especialização: Psicopedagogia (UPE)
Professor de Reforço e Acompanhamento escolar. Metodologia centrada no Aluno e focada na aprendizagem significativa.
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