O CURIOSO CASO DO CHOCOLATE ELÉTRICO !
Por: Rogério R.
07 de Março de 2018

O CURIOSO CASO DO CHOCOLATE ELÉTRICO !

ELETROQUÍMICA PARA O ENEM

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O Curioso Caso do Chocolate Elétrico: Elaboração teórica: Prof. Rossetti e textual: Jordana M. Rossetti.

Contaram-me uma vez um caso de uma senhora que recebeu de seu neto um chocolate que dava choque.

Fiquei a pensar, “como um chocolate pode dar choque em alguém?”

Oras, afinal de contas, estudo a química e seus curiosos efeitos há anos e nunca havia visto nada sequer remotamente semelhante a este caso que estavam a me contar.

Pedi detalhes de tal acontecimento, é claro, sendo eu um professor de química curioso que sou, precisava a todo custo tentar entender como tal fato poderia ter ocorrido.

Disseram-me que o tal chocolate fora dado à senhora pelo seu neto (possível interessado na herança da pobre velha? Não, certamente ando assistindo a muitos seriados com minha esposa, pensei), e que quando ela comeu o chocolate, estremeceu-se toda e se pôs a gritar com o seu neto e a lhe dizer que o dito cujo estava a lhe dar choque!

Como diabos um chocolate pode fazer isso, meu Deus!?

Passei então a tentar juntar conheci-mentos que pudessem ajudar a solucionar tal enigma. Sei que a saliva é uma solução aquosa, em geral levemente ácida, uma mistura de substância iônicas ou solução eletrolítica (conduz eletricidade).

Ok, certo, até aí tudo bem. Mas por si só, a saliva não dá choque em ninguém, todos sabemos disso.

Todo esse mistério estava me dando um nó no cérebro, então decidi comer um chocolate para relaxar. Ao abrir o pacote, me deparei com a embalagem de alumínio que o envolvia e, de repente, num momento tão digno de Sherlock Holmes que tive que me conter para não gritar “EURECA!”, todos os pedaci-nhos deste quebra cabeça começaram a se juntar na minha cabeça.

Elementar, meu caro Watson!

 Antigamente, os dentistas utilizavam ouro nas próteses dentárias, pois este é muito estável e não perde elétrons (oxida) com facilidade (tem baixa reatividade).

 O recebimento de elétrons (redução) pelos íons de ouro formando ouro metálico e liberando 1,4 elétron-volts de energia. Deste modo, uma prótese de ouro sobre um dente é estável, dado que a reação inversa de oxidação dos átomos de ouro requer muita energia. Os átomos metálicos de ouro não se transformam em cátions ouro e não abandonam a prótese para formar uma solução eletrolítica com a saliva. Sendo a senhora em questão uma senhora de idade já avançada, a probabilidade de que possua tal prótese é imensa!

 O alumínio, ao contrário do ouro, cede elétrons (oxida) facilmente, pois sua capacida-de (potencial) de oxidação é maior que a capacidade (potencial) de oxidação do ouro. Conseqüentemente, os átomos de alumínio insolúveis, ao se oxidar, formam cátions solú-veis na saliva e a massa do papel alumínio iria diminuindo se ficasse por muito tempo na boca da senhora pelo consumo dos átomos de alumínio.

 Como o alumínio cede elétrons (oxida), na pequena pilha assim formada ele torna-se o eletrodo negativo (ânodo), sendo o eletrodo positivo (cátodo) constituído pela prótese de ouro e o sentido da corrente elétrica é de quem cede elétrons (ânodo negativo) para quem recebe os elétrons (cátodo positivo).

 Ou seja, a pobre senhora do caso, ao morder seu chocolate, acabou mordendo junto um pedaço da embalagem de alumínio, formando uma pequena “pilha” na sua boca, que tinha uma prótese de ouro antiga, e junto com a saliva eletrolítica e o papel alumínio, fechou-se o circuito elétrico e ocasionou o tal choque.

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Rogério R.
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Rogério R.
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Química Inorgânica Química Básica Química Orgânica
Graduação: Engenharia Química (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS))
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