Quais foras as insatisfações de cada classe social na revolta da chibata ?
Envie sua primeira dúvida gratuitamente aqui no Tira-dúvidas Profes. Nossos professores particulares estão aqui para te ajudar.
A Revolta da Chibata foi um movimento de insatisfação liderado por marinheiros da Marinha brasileira em 1910, contra o uso de castigos físicos (chibatadas) como forma de disciplina a bordo dos navios.
Embora os marinheiros envolvidos na revolta pertencessem a uma mesma classe social, a classe trabalhadora, eles tinham diferentes insatisfações e reivindicações. Alguns dos principais motivos que levaram à revolta incluem:
O uso de castigos físicos, que eram vistos como uma forma cruel e desumana de punição, especialmente porque muitas vezes eram aplicados de forma indiscriminada e sem justificativa.
As más condições de trabalho e de vida a bordo dos navios, incluindo a falta de higiene, de alimentação adequada e de cuidados médicos.
O baixo salário e as dificuldades enfrentadas pelos marinheiros para sustentar suas famílias.
A falta de perspectivas de carreira e de promoção dentro da Marinha, o que gerava descontentamento e frustração entre os marinheiros mais antigos.
A perseguição e discriminação racial e social dentro da Marinha, que afetava especialmente os marinheiros negros e pobres.
Dessa forma, a Revolta da Chibata foi um movimento multifacetado, que refletiu as insatisfações e as lutas de uma classe social que era constantemente subjugada e desrespeitada dentro da sociedade brasileira da época
Envie sua primeira dúvida gratuitamente aqui no Tira-dúvidas Profes. Nossos professores particulares estão aqui para te ajudar.
Na Revolta da Chibata, ocorrida em novembro de 1910, as insatisfações das classes sociais eram diversas. Os marinheiros negros, a maioria analfabeta e proveniente de regiões pobres, eram submetidos a um regime disciplinar rígido, que incluía a aplicação de castigos físicos, como chibatadas, pelos superiores. Essa prática era comum e considerada legal pela hierarquia naval, mas gerava grande revolta e sofrimento entre os marinheiros.
Além disso, havia insatisfação com as condições de vida e de trabalho a bordo dos navios, que eram precárias e desumanas. Os marinheiros eram submetidos a longas jornadas de trabalho, sem direito a descanso adequado, alimentação suficiente e higiene adequada. Muitos contratos também eram ilegais, e os marinheiros não tinham direitos trabalhistas básicos.
As classes mais pobres da população, em geral, também eram alvo de outras formas de opressão social e racial. Os negros, especialmente, enfrentavam discriminação e violência por parte da polícia e de grupos de extermínio, além de viverem em condições precárias de moradia e de acesso a serviços básicos, como saúde e educação.
Assim, a Revolta da Chibata foi um movimento que representou a luta por direitos humanos e trabalhistas por parte dos marinheiros negros, mas que também expressou as insatisfações das classes sociais mais pobres e marginalizadas em relação à estrutura social e política do Brasil na época.
Marinheiros negros e mulatos: Os marinheiros negros e mulatos eram frequentemente discriminados pela hierarquia naval, que favorecia os marinheiros brancos. Eles eram designados para funções consideradas menos importantes e tinham menos chances de ascensão na carreira. Além disso, sofriam com a violência e a humilhação das punições cruéis, que eram mais frequentemente aplicadas a eles. A chibata, que consistia em açoitar o corpo do marinheiro com um chicote, era a punição mais comum e dolorosa, e muitas vezes deixava cicatrizes permanentes.
Marinheiros brancos pobres: Os marinheiros brancos pobres, muitas vezes recrutados à força para a Marinha, enfrentavam condições de trabalho desumanas, com longas jornadas, pouco descanso e alimentação precária. Muitos deles eram analfabetos e não tinham conhecimento prévio de navegação, o que dificultava sua adaptação à rotina naval. Além disso, eles eram obrigados a pagar pela própria dispensa da Marinha, o que os mantinha presos em um ciclo de pobreza e submissão.
Oficiais de baixa patente: Os oficiais de baixa patente, que ocupavam cargos intermediários na hierarquia naval, também sofriam com as más condições de trabalho e a violência dos superiores. Eles eram submetidos a longas horas de trabalho, com pouca folga e descanso, e tinham pouco reconhecimento pelo seu esforço. Além disso, eram obrigados a manter a ordem entre os marinheiros, o que muitas vezes os colocava em conflito com os próprios colegas. Esses conflitos eram frequentemente resolvidos com a aplicação de punições cruéis, o que gerava insatisfação entre os oficiais de baixa patente.
Os marinheiros na época eram proibidos de se candidatarem a vagas para oficiais, a falta de alimentação adequada na Marinha para o grupo e frequetemente submetidos a castigos físicos, sendo que, em sua maioria, eles eram negros. O estopim do conflito foram as mais de 200 chibatadas que o marinheiro Marcelino Rodrigues foi condenado a tomar como castigo, mas por trás desse episódio existia uma motivação racial, resultado da manutenção do pensamento escravista da sociedade brasileira da época, mesmo a República se autoproclamando abolicionista. A falta de alimentação adequada, por exemplo, resultava em doenças como a beribéri, causada pela carência de vitamina B1.
Primeiramente, é necessário fazer uma reflexão sobre o contexto inserido. A insatisfação por parte desta classe subalterna já era denunciada durante o Império em razão das condições de trabalho, baixos proventos e castigos físicos oriundos de legislação pertinente ao art. 80 de Artigos de Guerra, regulamentado pelo Alvará de vinte e seis de abril de 1800, e tendo por definição o Decreto 8.898 de 3 de março de 1883, que regula a aplicação das punições conforme tabela de delitos.
Cabe ressaltar, que houve um período curto, posterior à Proclamação da República, em que os castigos físicos foram abolidos com a promulgação do Dec. n.º 3, de 16 de novembro de 1889. Entretanto, restituíram a prática de castigos físicos como a chibata, por meio do Decreto 328 de 12 de abril de 1890, com a criação da Companhia Correcional.
Ser mister salientar, que o estopim se deu depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues Meneses, foi punido excessivamente com 250 chibatadas, o que era dez vezes mais o limite diário, que era permitido em regulamento.
Ocorreu que por ser encontrado com bebida no encouraçado Minas Gerais, foi advertido e tendo resistido e ferido seu superior com uma navalha, foi punido. O que dentre outros fatores, adiantou o movimento que tomou os encouraçados Minas Gerais, São Paulo, Deodoro e embarcações menores como República e Benjamin Constant.
O movimento teve como um dos chefes, João Cândido Felisberto, também conhecido ou denominado de maneira pejorativa por base do Governo, como “Almirante Negro”.
É sabido, que tiveram além das insatisfações, que vinham de uma cultura de castigos corporais do Antigo Regime; influências de articulações de marinheiros de outros países como Inglaterra, cujos soldados conseguiram lutar por melhores condições e no caso da revolta do encouraçado Potemkin, na Rússia, em 1905.
Após a tomada dos encouraçados no Distrito Federal, à época, na baía de Guanabara no RJ; foi redigida uma carta com seguintes reivindicações e o teor da carta segue:
Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910
Ilustríssimo e Excelentíssimo Sr. Presidente da República Brasileira.
Cumpre-nos, comunicar a V.Ex.ª como chefe da Nação Brasileira:
Nós Marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha Brasileira, a falta de proteção que a pátria nos dá e até então não nos chegou; rompemos o negro véu, que nos cobria aos olhos do patriótico enganado povo.
Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo ao seu bordo, prisioneiros, todos os oficiais os quais têm sido causadores da Marinha Brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi o bastante para nos tratarem como cidadãos fardados em defesa da pátria.
Mandamos esta honrada mensagem para que V.Ex.ª faça a nós Marinheiros Brasileiros, possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos faculta, acabando com as desordens, e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha Brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servirem a Nação Brasileira, reformar o Código imoral e vergonhoso, que nos rege, de modo a que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos similhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do Ilustre Senador José Carlos de Carvalho; educar os marinheiros que não têm competência para vestirem a orgulhosa farda. Mandar pôr em vigor a tabela de serviço diário que a acompanha.
Tem V.Ex.ª o prazo de doze(12) horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a pátria aniquilada.
Bordo do Encouraçado São Paulo, em 22 de novembro de 1910.
Nota — não poderá ser interrompida a ida e volta do mensageiro.
Marinheiros
No dia 24, os amotinados, bombardearam duas embarcações, também instalações da Marinha na Ilha das Cobras e o palácio do Catete, sede do Governo à época.
Com ajuda de parlamentares importantes tais como o Senador Rui Barbosa. Senador Severino Vieira e o Senador João Luiz Alves, conseguiram aprovar a anistia, com abolição dos castigos físicos, melhores condições de trabalho.
Em 26 de novembro, foi aprovada a anistia no Congresso, e no dia 27 os amotinados se entregaram.
Entretanto, pressão de parte da sociedade, imprensa e militares do alto escalão por receio de nova revolta, o presidente Hermes sanciona no dia 28 de novembro o Decreto 8.400, permitindo que a Marinha expulsasse os revoltosos.
Em 9 de dezembro de 1910, por insatisfação da medida de exoneração, houve tentativa de sublevação, na Ilha das Cobras. Todavia, rapidamente desarticulada e reprimida com bombardeios.
Parte da tripulação dos encouraçados Minas Gerais e do São Paulo foram enviados presos para a Ilha das Cobras. Alguns foram colocados em confinamento, sem ventilação. Outros submetidos a tortura com ácido fórmico na pele, gerando queimaduras e outros foram mortos por asfixia, sobreviveram João Cândido e João Avelino.
Caso Satélite III
Em 25 de dezembro do mesmo ano, o navio tinha como rota, seguir para o norte do país, e a bordo, havia cerca de quinhentos presos: homens de conduta indesejada ao Estado, como: criminosos, militares amotinados, opositores políticos, mulheres e outros. A iniciativa segundo pontuou o presidente em exercício, Hermes da Fonseca, era enviá-los para trabalhos no serviço telegráfico, construção de estradas e extração de borracha. Práticas típicas e análogas ao trabalho escravo, muito utilizada para punir contraventores e opositores.
Alguns foram executados no trajeto e os que chegaram com vida, contraíram malária e outros males típicos daquela região.
Em 1912, ocorreu o primeiro julgamento do processo sobre a revolta da Ilha das Cobras. Dos acusados, apenas dez foram julgados e por fim, absolvidos.
Em 1959, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul outorgou a João Cândido Felisberto uma pensão vitalícia, que usufruiu até o seu falecimento, em 6 de dezembro de 1969.
Em 1974, Aldir Blanc compõe “Mestre-Sala dos Mares” em homenagem ao saudoso João Cândido. A versão completa da letra sem censura, pode ser encontrada na interpretação e voz de Elis Regina.
Recentemente, em 2008, o Almirante Negro foi anistiado pelo Estado e sua expulsão da Marinha foi revogada “post mortem”.
O Herói também ganhou uma escultura em sua homenagem, que outrora ficava na Praça XV, no centro do RJ e passou em final de 2022, para a Pça. Marechal Âncora, para ter melhor visibilidade e reconhecimento.
A Revolta da Chibata foi um movimento social que ocorreu em novembro de 1910, no Rio de Janeiro, e teve como principal objetivo acabar com os castigos corporais e a brutalidade no tratamento dos marinheiros da Marinha brasileira. A revolta foi liderada por João Cândido, um marinheiro negro, e contou com a participação de outros marinheiros de diferentes classes sociais.
Durante a Revolta da Chibata, as insatisfações das diferentes classes sociais que participaram do movimento variaram. Em geral, os marinheiros se uniram em torno da luta por melhores condições de trabalho e de vida, além da abolição dos castigos físicos, como a chibata.
Os marinheiros de origem humilde, em sua maioria negros, sofriam com uma série de problemas, como baixos salários, condições de trabalho precárias, tratamento desumano e falta de perspectivas de carreira. Esses marinheiros foram os principais líderes da revolta e suas principais reivindicações eram o fim dos castigos físicos, o aumento dos salários e a melhoria das condições de trabalho.
Por outro lado, alguns oficiais da Marinha, em sua maioria brancos e de origem mais abastada, também participaram da revolta, mas com interesses diferentes dos marinheiros. Eles reivindicavam a reforma da Marinha, a modernização dos navios e equipamentos, além de melhores condições de vida e de trabalho para os oficiais.
Durante a Revolta da Chibata, ocorrida no Brasil entre novembro e dezembro de 1910, diversas classes sociais estavam envolvidas no movimento, cada uma com suas próprias insatisfações.
Marinheiros: Os marinheiros eram a classe social mais diretamente afetada e insatisfeita durante a revolta. Eles sofriam com as péssimas condições de trabalho, castigos físicos, alimentação precária e baixos salários. Além disso, eram vítimas de abusos e injustiças cometidos por oficiais superiores. A principal demanda dos marinheiros era o fim dos castigos físicos, especialmente a chibata, um instrumento de tortura utilizado como forma de punição.
Classe trabalhadora em geral: A revolta também contou com o apoio e a simpatia da classe trabalhadora em geral, que compartilhava algumas insatisfações com os marinheiros. Muitos trabalhadores enfrentavam condições precárias de trabalho, baixos salários e eram submetidos a abusos por parte dos empregadores. O movimento da Revolta da Chibata, ao denunciar as injustiças sofridas pelos marinheiros, inspirou outros trabalhadores a se levantarem contra as condições desfavoráveis de trabalho.
Setores progressistas da sociedade: Além das classes diretamente afetadas, a Revolta da Chibata também encontrou apoio entre setores progressistas da sociedade. Intelectuais, jornalistas, políticos e ativistas sociais se solidarizaram com a luta dos marinheiros e utilizaram os meios de comunicação da época para denunciar as injustiças e pressionar por mudanças nas condições de trabalho e na política naval brasileira.
Em resumo, as principais insatisfações da Revolta da Chibata estavam relacionadas às condições precárias de trabalho, castigos físicos, baixos salários e abusos sofridos pelos marinheiros. O movimento também contou com o apoio de setores progressistas da sociedade e de outros trabalhadores que compartilhavam das mesmas insatisfações e buscavam melhorias nas condições de trabalho e justiça social.
A Revolta da Chibata foi um movimento de insatisfação liderado por marinheiros da Marinha Brasileira, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, no início do século XX. As insatisfações das diferentes classes sociais envolvidas na revolta foram as seguintes:
1. Marinheiros (Classe dos Trabalhadores): Os marinheiros eram recrutados principalmente entre a população mais pobre e negra do Brasil. Eles estavam insatisfeitos com as condições desumanas a bordo dos navios da Marinha, incluindo os castigos físicos cruéis, como chibatadas, que eram usados como forma de punição. Além disso, eles reivindicavam melhores salários e condições de trabalho mais justas.
2. Oficiais da Marinha (Classe Média-Alta): Alguns oficiais de classe média-alta na Marinha simpatizavam com as reivindicações dos marinheiros e reconheciam a necessidade de reformas nas práticas disciplinares brutais. No entanto, outros oficiais mais conservadores viam a revolta como uma ameaça à hierarquia militar e à ordem estabelecida.
3. População do Rio de Janeiro (Sociedade Civil): A população civil do Rio de Janeiro, especialmente aqueles que viviam nas áreas próximas à revolta, sentiu uma mistura de solidariedade com os marinheiros e medo dos distúrbios. Alguns civis apoiaram os marinheiros e suas demandas por justiça, enquanto outros temiam a violência associada à revolta.
4. Governo e Elite Política (Classe Dominante): O governo e a elite política do Brasil, em sua maioria, eram contrários à revolta e viam a Marinha como um pilar fundamental do poder estatal. Eles eram relutantes em ceder às demandas dos marinheiros e estavam preocupados com o impacto que a revolta poderia ter na estabilidade do governo e na imagem internacional do Brasil.
Em resumo, a Revolta da Chibata refletiu uma série de insatisfações, principalmente por parte dos marinheiros, em relação às condições de trabalho desumanas e às punições cruéis a bordo dos navios da Marinha. A revolta também despertou uma variedade de reações na sociedade brasileira, com algumas classes sociais apoiando as demandas dos marinheiros e outras preocupadas com a instabilidade que a revolta poderia gerar.
Envie sua primeira dúvida gratuitamente aqui no Tira-dúvidas Profes. Nossos professores particulares estão aqui para te ajudar.