Sobre a bíblia

Teologia Ensino Religioso Doutrinas da Igreja

Acabo de ler Jó e me sinto um pouco frustado. Não pela historia, mas pelas percepções que tenho sobre a sua concepção. O modo como foi escrita revela sua vocação educativa, assim como toda a bíblia, inúmeras vezes ensinando através de parábolas. Entendo que a população que viveu naquele tempo tinha um entendimento da vida ainda muito primitivo, embora nos dias atuais ainda existam pessoas com o mesmo raciocínio. Os amigos de Jó o acusavam de estar sendo punido por Deus como consequência de seus pecados. Natulmente, a história tem a intenção de ensinar o povo daquele tempo que Deus não deve ser responbilizado por coisas ruins que acontecem a pessoas boas. Reflexões como essas, e muitas outras, estão além da compreensão humana. A minha dúvida é: a forma como a Bíblia ensina sobre questões divinas, que estão além da nossa capacidade de entendimento, não são um raciocínio muito terreno, humano, limitante, para uma questão tão complexa. Isso nao torna muitos de nós mais ignorantes do que sábios ao nos conformar com questões complexas de forma tão terrena? Afinal, seria incongruência pensar que Deus, que é só amor, castigaria alguém de forma tão rigorosa. Era preciso ensinar aquele povo que não podemos acusar Deus por tudo de mal que nos acontece. E a história de Jó foi escrita para esse propósito. Mas me incomoda pensar que o autor escreveu essa história com tanta propriedade, onde Deus e Satanás fazem um acordo para testar Jó. E como consequência resume um assunto tão complexo como a infelicidade de uma pessoa boa a uma aposta entre Deus e satanas. Isso não pode levar o leitor a interpretar o assunto ao pé da letra, se tornando assim uma pessoa limitada e conformada no lugar de fervorosa? Afinal, ter fé é acreditar em algo não comprovado. Na teologia existe uma área que pondera sobre esse tema (metodologia com a qual a bíblia explica questões acima da nossa compreensão), na qual eu possa me aprofundar?

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Romano perguntou há 3 anos

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Professor Stefan K.
Respondeu há 3 anos
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Bom dia, o ponto e como voce diz como nas parabolas: naos se deve transferir cada detalhe para a realidade divina, como acontece nas analogias, senao entender o ponto da historia, o uqe a indicação central: neste caso a confiança de Joem deus a pesar de todas adversidades.

Esta parte da teologia de como interpretar a biblia e falar de Deus se chama hermeneutica

Deus o abençoe

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Professor Alcides N.
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Respondeu há 3 anos
Olá, boa noite. Tudo bem? Tomo a liberdade de incluir minha contribuição a respeito sua dúvida. De fato, os textos bíblicos devem e precisam passar por. Exegese para não ocorrer e evitar a translitariedade puramente terrena como você bem colocou. No entanto, com relação aos demais livros da Bíblia, Jô, seja talvez o livro mais emblemático depois de Gênesis e explicarei abaixo: 1) O livro de Jo, assim como Gênesis, não possui qualquer indicação do autor em provar e torna clara as motivações e propósitos do sofrimento do pobre Jo. 2) Na minha opinião, embora o livro de Jo retrate um período específico (costumes de Edon), o tema e o propósito do livro é completamente atual. O grito de Jo ou choro do inocente é algo que ecoa em nosso meio ainda hoje até o fim dos tempos. 3) O livro de Jo retrata um personagem que pode nem ter existido, o que não tira ou anula o propósito e a revelação do livro. A proposta do livro é mostrar dentro do que é humano como os homens (as) lidam com suas perdas, dores, angústia e males que os afetam. Por isso, o livro segue atual. Afinal todos sofremos. 4) Jo, é a viúva que não encontra resposta da marte súbita hoje. O pai que perde um filho ainda criança em um grave acidente de carro ou a mãe que é acometida com um câncer e vê e seus dias definhar dia a dia. 5) O livro de Jo não apresenta uma resposta ao sofrimento dos homens porque o propósito do livro não foi valorizar o motivo e a origem do sofrimento, mas sim, o quanto o ser humano pode ser submetido a dor e o sofrimento de modo que estes permanecem crentes em Deus. Para o autor, o mais importante é o caminho escolhido pelo sofredor que é mais importante. Por isso os amigos de Jo não puderam dar uma resposta satisfatória ao quase morto Jo. 6) No livro de Jo não há uma diisputa de poder entre Deus e o diabo buscando ver quem é o maior e mais poderoso. O que há é Deus que ama gratuitamente (por isso ele pode abençar com uma família numerosa, riqueza e posição social), enquanto que o diabo busca a todo momento contrariar essa lógica. Fato é que Deus está no sofrimento onde sempre esteve: Governando e gerindo tudo o que ocorre no universo e na vida dos homens. Por isso o autor faz questão de usar um ato como no teatro (palco celestial), onde o diabo questiona o favorecimento de Jo e Deus o refuta permitindo que o tocasse. 7) Por fim, o que importa é que embora Jo fosse um corpo morto que o espírito se recusava a partir, o único que pode tirar a vida é Deus. Seja como for, Jo ousou questionar (em forma de lamento), mais Deus apresentou lhe questões racionais acerca da existência, da construção do mundo e da perplexidade da natureza e isso o confortou. Encerro com uma frase que particularmente na minha visão sintetiza tudo isso : "Creio porque é absurdo", já dizia Sto Agostinho. Abs fraternos Alcides Borges.
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Professor Antonio S.
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Respondeu há 3 anos
O Livro de Jó marca uma mudança de pensamento teológico. Até Jó o homem que era fiel era abençoado já o infiel era amaldiçoado. Entenda a Jó como aquele que faz a grande pergunta da humanidade: Se sou fiel, se faço tudo direito por que sofro? O sofrimento acaba fazendo parte da natureza humana. Não sabemos quais os planos de Deus pra nós. Existem várias teorias sobre esse assunto mas o mais importante é entender que todos nós estamos alheiros ao sofrimento. Um sofrimento não eterno que acabará quando estivermos na glória de Deus.

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