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Sobre a bíblia

Teologia Ensino Religioso Doutrinas da Igreja

Acabo de ler Jó e me sinto um pouco frustado. Não pela historia, mas pelas percepções que tenho sobre a sua concepção. O modo como foi escrita revela sua vocação educativa, assim como toda a bíblia, inúmeras vezes ensinando através de parábolas. Entendo que a população que viveu naquele tempo tinha um entendimento da vida ainda muito primitivo, embora nos dias atuais ainda existam pessoas com o mesmo raciocínio. Os amigos de Jó o acusavam de estar sendo punido por Deus como consequência de seus pecados. Natulmente, a história tem a intenção de ensinar o povo daquele tempo que Deus não deve ser responbilizado por coisas ruins que acontecem a pessoas boas. Reflexões como essas, e muitas outras, estão além da compreensão humana. A minha dúvida é: a forma como a Bíblia ensina sobre questões divinas, que estão além da nossa capacidade de entendimento, não são um raciocínio muito terreno, humano, limitante, para uma questão tão complexa. Isso nao torna muitos de nós mais ignorantes do que sábios ao nos conformar com questões complexas de forma tão terrena? Afinal, seria incongruência pensar que Deus, que é só amor, castigaria alguém de forma tão rigorosa. Era preciso ensinar aquele povo que não podemos acusar Deus por tudo de mal que nos acontece. E a história de Jó foi escrita para esse propósito. Mas me incomoda pensar que o autor escreveu essa história com tanta propriedade, onde Deus e Satanás fazem um acordo para testar Jó. E como consequência resume um assunto tão complexo como a infelicidade de uma pessoa boa a uma aposta entre Deus e satanas. Isso não pode levar o leitor a interpretar o assunto ao pé da letra, se tornando assim uma pessoa limitada e conformada no lugar de fervorosa? Afinal, ter fé é acreditar em algo não comprovado. Na teologia existe uma área que pondera sobre esse tema (metodologia com a qual a bíblia explica questões acima da nossa compreensão), na qual eu possa me aprofundar?

Foto de Romano M.
Romano perguntou há 3 anos